Descubra como não misturar as contas da pessoa física com a jurídica

Descubra como não misturar as contas da pessoa física com a jurídica

Não é raro vermos casos onde pequenos negócios misturam as contas da pessoa física com a jurídica.

Em pequenos negócios é comum o empreendedor usar o dinheiro próprio para cobrir algum gasto da empresa, ou usar do caixa da empresa para algum gasto pessoal. Isto acontece com menor frequência, mas não é algo que está fora da realidade de grandes empresas. 

As finanças da empresa devem ser isoladas das finanças pessoais, cada uma com um controle separado. Pense como se você fosse um colaborador da sua empresa e para isso você precisa ter um pró-labore definido. Sendo assim o valor e o tipo de retirada que você terá direito deve ser pré-determinado e orçado no caixa da sua empresa.

Para não correr riscos que podem ser bem prejudiciais tanto no lado pessoal como no empresarial: Vamos listar algumas dicas práticas de como não misturar essas duas contas. Continue lendo para saber!

Vamos lá:

1. Administrar em separado as contas bancárias

Essa dica é básica, mas ainda é possível encontrar empreendedores que relutam em separar as contas. Com muitos argumentos, uns não querem pagar mais taxas por uma nova conta, outros acham que realmente o bolso da empresa é o bolso deles. Muitos ainda fazem esta mistura por conveniência.

A administração em separado das contas pessoa jurídica e física possibilita que a empresa tenha previsibilidade no contas a receber e a pagar. Imagine a seguinte situação: o financeiro da empresa esteja contando com um recurso para pagar um fornecedor e o dono da empresa utiliza o recurso para pagar as próprias contas, isto vai gerar o atraso do pagamento e possível multas e juros sob a operação. 

A desculpa de taxas bancárias também “não cola”. Atualmente existem muitas opções de bancos físicos e digitais com taxas reduzidas ou até mesmo sem taxas. Entre em contato com os bancos e pesquise, provavelmente você encontrará algum que conseguirá suprir a necessidade atual do seu negócio.

2. Tenha um cartão de crédito separado para sua empresa

O cartão de crédito específico para sua conta PJ pode trazer vários benefícios para a gestão da empresa. Um deles é a organização financeira. Com ela você saberá que todas as operações que constam lá são referentes a compra de imobilizado, pagamento de alguma capacitação, entre outras situações do dia a dia da sua empresa.

Não pense que isto se aplica somente a empresas de grande porte, quanto menor você for e quanto antes você se organizar melhor será seu desempenho ao longo dos anos.

Lembre-se: o cartão de crédito separado destina-se somente às compras da empresa, não pense em comprar itens pessoais com o cartão da empresa, só assim você manterá um controle financeiro efetivo.

3. Defina as regras para o Pró-labore e retiradas dos sócios

O Pró-labore nada mais é que o salário do sócio/administrador da empresa por seu trabalho exercido, ele deve estar projetado como despesa da empresa, não esquecendo que precisa ser equivalente ao salário de um executivo que poderá substituí-lo para exercer a mesma função. Claro, que assim como um funcionário o sócio deve receber mensalmente, aquele valor fixo.

Já a distribuição de Lucros é uma forma dos sócios retirarem valores daquilo que foi investido por eles em sua empresa, ou seja, mesmo que não trabalhem diretamente na empresa, eles podem e devem retirar lucros de acordo com a sua participação no capital social. 

Deve ser definido um período para a retirada de lucros, se houver, o indicado é que as retiradas sejam feitas de forma anual ou trimestral, mas cada empresa pode definir este prazo conforme for mais conveniente e claro, desde que não afete as finanças da empresa.

4. Separe a titularidade das contas 

Algumas contas como a de aluguel, luz e internet, podem estar vinculadas ao CPF do sócio, e isto pode gerar uma falsa ilusão de que a empresa está pagando uma conta pessoal do empresário. Sendo assim ela poderá também pagar todas as outras contas, mas cuidado, isto não deve ser assim!

Agilize o quanto antes a troca de titularidade, as contas da empresa devem estar registradas no nome dela, para não haver conflitos futuros. A separação entre pessoa física e jurídica deve ocorrer desde a organização das pequenas contas da empresa, assim você não terá dificuldades em deixar de lado esta mistura.

5. Desenvolva um bom controle financeiro

Para ter um bom controle de entradas e saídas dos recursos financeiros da empresa, devemos conhecer e aplicar a ferramenta do Fluxo de caixa. Em suma somente essa ferramenta poderá te auxiliar a categorizar as contas de forma correta e a extrair alguns indicadores que te auxiliarão na gestão financeira da empresa.

Aproveite para entender um pouco mais sobre este assunto através do vídeo:

Lembre-se: ter disciplina, acompanhar as entradas e saídas diariamente e ter constância é essencial para conseguir aplicar todas essas dicas. Tire a sua empresa do amadorismo financeiro, comece hoje mesmo a aplicar essas medidas na sua empresa!

*Sobre a autora: 

Letícia Tessmann**

Empresária, contadora, Professora e Palestrante. Especialista e Mestre em Controladoria. Possui larga experiência em demonstrações financeiras, consolidação de empresas nacionais e internacionais, reporte à casa Matriz, auditoria e controladoria. Atualmente é professora de pós-graduação em Universidades como UNIRITTER e FACCAT, nas áreas de contabilidade e controladoria. Diretora e Consultora da @romabc.

Você pode acompanhá-la pelo perfil do instagram @letessmann.

A diferença entre gestão econômica e Gestão Financeira

A diferença entre gestão econômica e Gestão Financeira

Atualmente, gerenciar todos os departamentos de uma empresa significa ter uma vantagem competitiva, que pode ser alcançada mesmo sendo um pequeno empreendedor. Diante disso, é importante entender sobre duas gestões de extrema importância para as empresas: a gestão econômica e a gestão financeira.

Neste artigo, vamos apresentar as características de cada uma delas e suas diferenças. Aproveite o conteúdo para entender e saber como diferenciar o seu empreendimento. Vamos lá?

Primeiramente,a gestão econômica é aquela que cuida do lucro, sendo o principal indicador de gestão econômica a lucratividade. E para medir a lucratividade é usada a ferramenta Demonstração de resultado de Exercício (DRE).

Através da DRE, é possível lançar todas as receitas de venda, deduzindo os custos e as despesas, é assim que se apura a lucratividade. Ela é mais utilizada de forma mensal, ou seja, para avaliar o desempenho e a performance de um determinado mês, mas também pode ser utilizada por negócio ou por produto.

Dentro da gestão econômica, a gente ainda trabalha com a gestão de vendas e também com a gestão de custos que, se trabalhadas de forma estratégica, podem proporcionar para a empresa grandes economias.

O controle das unidades de negócio pode ser feito através da gestão econômica, pois é onde se consegue olhar em separado o lucro de cada negócio, assim é possível definir estratégias mais assertivas que realmente são necessárias para cada tipo de negócio. 

Já na gestão financeira, o foco principal é o caixa, ou seja, o bolso da empresa. Acompanhe no vídeo abaixo:

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A gestão financeira pode ser realizada através da análise do fluxo de caixa. O fluxo de caixa é a ferramenta principal, porque é através dela que o bolso da empresa é controlado, e é através do planejamento, das projeções de caixa que é possível controlar e cuidar da vida financeira da empresa.

Dessa forma, os empreendedores devem entender e aplicar a gestão econômica e financeira em seus negócios, e os benefícios que isto pode trazer para suas empresas através de vantagem competitiva e da ampliação dos ganhos financeiros e econômicos.